Monday, January 31, 2005

"Rock'n'Roll Ain't Noise Pollution"

Há uns tempos li um blog que tinha um artigo sobre poluição sonora em Lisboa, infelizmente já não me lembro qual o domínio da página. Na altura não dei muita importância ao assunto, mas ele indicava bem o tipo de problemas na cidade, que ia desde o revestimento das infra-estruturas que reflectiam o som em vez de o absorver, à falta de sítios calmos em que se podia escutar apenas o silêncio.

Como vos disse não liguei muito, até que há uns dias, ia eu sair para comprar pão (sempre consegui as carcaças de forno de lenha Heimdal!!!), quando apercebi-me da gravidade do assunto. Estava eu a ouvir a minha musiquita (Fates Warning, penso...) e pensei para mim mesmo: "deixa cá baixar o volume dos fones que isto faz-me mal aos ouvidos", assim ia a fazer, mas mal desci as escadas do meu prédio que fazem ligação à estrada de Benfica, apercebi-me que o volume da música não iria ser em muito reduzido: passa um autocarro e a música, que inicialmente me fazia doer os ouvidos, foi completamente abafado. O ruído dos carros a passar faziam com que os sons emitidos pelos meus fones fossem quase imperceptíveis.

Uns dias após o sucedido, resolvi fazer a seguinte Experiência: liguei o AVLS (controlo do volume para não danificar os ouvidos) do meu Discman e prossegui com o meu dia normal sem o desligar. Registo de resultados: apenas me foi possível percepcionar decentemente a música em cerca de 33% do tempo decorrido em: percurso para a escola (constituído principalmente pela Estrada de Benfica), intervalos da escola (nos quais mal entrava no pavilhão central da D. Pedro V, os belos dos Ozone monopolizavam as ondas sonoras) e finalmente percurso de regresso a casa (com menos movimento a Estrada de Benfica não era tão ruidosa como de manhã, mas continuava a ter períodos de imprecepção completa da música). Interpretação de Resultados: vou ter que estudar o assunto para descobrir se o dano provocado pela utilização de fones é simplesmente devida à proximidade aos ouvidos ou pela intensidade de ondas recebidas pelos ditos. Se esta última hipótese se verificar, então tenho a dizer que: "O problema dos putos serem surdos não é dos fones mas sim da porra da poluição sonora a que estão expostos todos os dias". Conclusão: 1.É aconselhável, a todos os indivíduos que frequentam os locais alvo do estudo, que comecem a utilizar aquelas protecções auditivas utilizadas pelos operários das máquinas fabris, sob o risco de quando chegarem a idades avançadas, a incidência de surdez na população seja superior à média neste grupo de indivíduos (digam lá Sue e Heimdal, não era fixe ver o pessoal todo do central com umas cenas vermelhas na cabeça?) 2.Após estudado o fenómeno, conclui-se que o Rock não é porra nenhuma poluição sonora!!!. Criticas à experiência: rigor cientifico perto da nulidade :P. Sério desrespeito por parte da empresa de transportes públicos Carris ao álbum "In Absentia" de Porcupine Tree.

P.S. - Perdoem-me o longo período sem publicar nada no blog, mas a semana passada foi complicada em termos de tempo para me dedicar a estas práticas, esta pelo menos não tenho testes hehe!!

Abraços para todos [[[]]]

Friday, January 21, 2005

Hukuo

O tema sobre o qual eu venho falar se calhar já vem um bocado fora de tempo, uma vez que a China tem vindo a abandonar este sistema de uma forma lenta, mas progressiva, desde 2001. Mas o principal objectivo do post é proporcionar um tema de reflexão sobre a liberdade e sobre diferentes condições sociais, as quais nós não estamos habituados.

O sistema Hukuo foi implantado na China em 1958. Nesta data a China passava por um processo de reestruturação e criação do seu governo comunista dominado por Mao Tsé-Tung. Este sistema foi criado para impedir o sobre povoamento das cidades em contraposição à desertificação das zonas rurais.

Mas em que é que consiste o sistema Hukuo? Segundo esta política todos os chineses possuíam documentos que os classificavam como cidadãos “rurais” ou cidadãos “urbanos”. Para receber quaisquer benefícios proporcionados pelo estado, tais como educação ou certos tipos de permissões de emprego, os cidadãos tinham que estar registados nessa área urbana ou rural.

Analisando a questão, esta lei tornava (e ainda torna, embora numa escala menor) as populações quase como prisioneiras da sua região. As pessoas que nasciam em certo sítio permaneciam ligadas a essa localidade e era extremamente complicado mudar-se para outra zona, uma vez que não teria direito a educação, saúde nem conseguiriam arranjar um emprego nessa zona, visto que necessitavam de uma permissão. No entanto o que aconteceria se não tivesse sido adoptada esta politica? Provavelmente, a meu ver, o sucesso económico alcançado pela China teria sido seriamente comprometido.
Sem o Hukuo teria sido difícil evitar o tal exsudo rural, e consequentemente um desequilíbrio no que diz respeito à economia do país. Basta observar o que acontece actualmente em África, onde a migração para as cidades tomou dimensões incomportáveis. O resultado é facilmente observável nas ruas da maioria das cidades da África Sub-Saariana, onde se observam as condições precárias em que se encontra a maior parte da população, sem emprego ou com situações de trabalho inimagináveis para um europeu (por exemplo: um arrumador de carros para cada três lugres de um parque de estacionamento, ou um assistente para cada uma das 12 bombas de gasolina de um posto automóvel), estas pessoas não têm abrigo, condições de higiene nem comida para alimentar as suas famílias.

Na China actual existe uma grande discrepância no que diz respeito à qualidade de vida nas cidades e nas zonas rurais, o que gera um certo conflito social. É um bocado difícil avaliar a “dignidade” do sistema Hukuo, mas penso que, hoje, a generalidade da população chinesa beneficiou com esta medida (como é obvio a urbana mais que a rural, sem dúvida). Por vezes, a meu ver, são necessárias medidas menos populistas para um bem comum, é necessária uma certa restrição da liberdade de cada um para que não se gere um ambiente anárquico, que em termos gerais, por mais (idiota ou) idealista que se seja, temos que admitir, apenas traria malefícios à generalidade da população.

Comentem, dêem a vossa opinião sobre este assunto. Despeço-me e peço desculpas, novamente, se tiver abordado este assunto de uma forma que considerem maçuda.

Tuesday, January 11, 2005

Manifesto sobre a Blogosfera

Desde que criámos este blog, tenho vindo a navegar cada vez mais por novos blogs com o objectivo de não só , através dos "comments", dar a conhecer o nosso "Em Midgard" (não é Heimedal!!! Haja quem o faça !!!), mas também para aumentar ali a curta lista dos "Links para outros mundos" com blogs que realmente me despertem intresse.

Desculpem-me o seguinte comentário com um tom de acusação, mas o que eu tenho vindo a constatar na minha busca é que as tais listas de links da maior parte dos blogs são excessivamente grandes e por isso perdem toda a sua utilidade. Era suposto que um leitor, satisfeito com o blog visitado, tivesse uma lista de atalhos ao lado que poderia seguir, tendo uma probabilidade alta de gostar das páginas a que estes o levavam. Infelizmente, na realidade não acontece isto, então ao exprimentar os primeiros três ou quatro links, rápidamente dá-se por vencido e desiste, pois pensa: "Que raio! isto não me está a levar a lado nenhum!", deixando assim de parte as páginas ali anunciadas que realmente lhe poderiam agradar. Dito isto espero que o "Em Midgard" não venha a cair nesta facção de blogs tão criticada por mim.

Já agora, para não perder a maré de mal dizer (mas sim talvez perder toda a simpatia dos meus [pocos mas bons] leitores), aproveito e faço também uma outra observação negativa à Blogosfera (^_^): muitas pessoas desistiram do "universo do Blog" por constatar que era preciso dispender muito tempo até encontrar páginas que realmente lhes dissessem alguma coisa. Existia uma quantidade imensa de blogs que consideravam "lixo electrónico", tristemente tenho que concordar, pois de facto a maior parte das minhas buscas foram de certo modo decepcionantes. Mas aqui novamente culpo as infindáves listas de Links, se houvessem circulos de intresses através destas listas, esta procura seria em muito facilitada. Seguindo um conselho de um autor que eu tenha gostado, poderia mais fácilmente encontrar um outro com características semelhantes. Como é obvio, um universo tão grande de leitores terá os mais variados gostos imagináveis, logo conteúdos que eu possa considerar "lixo", muitos outros terão o maior intresse neles, então é incorrecto eu desejar que eles desapareçam, mas posso sim desejar que estes blogs se encaminhem uns aos outros. Diexo assim um apelo: reduzam as listas de Links *#$%&*! ;)

Mas chega de falar mal aqui do nosso pequeno universso. O que é um facto, e ninguém o pode negar, é que a criação deste meio veio a aumentar ainda mais a nossa liberdade de expressão. O que anteriormente era controlado quase únicamente pelos média, e logo limitado a um segmento restrito da população, hoje, e cada vez mais, pode ser transmitido por qualquer cidadão comum. Não necessitando de um curso de jornalismo, nem grandes conhecimentos informáticos, nós temos à disposição um imenso público em continuo crescimento.

Fico feliz por constatar que é possivel gerar um ambiente tão saudável como este... por isso força àqueles que contrinuem para uma blogosféra melhor: Foça Sweet and Deadly Sue com as tuas bonecas malévolas! Força Guika na continua busca do teu Paradigma Inexistente! E Força Putos na vossa infância eterna!
Entre muitos outros que me são desconhecidos, estes são alguns expemplos da razão por que aderi a isto, "«Blogers» de todos os paises uni-vos!", uni-vos por uma blogosfera melhor!

(P.S.- as minhas qualidades retóricas não são as melhores, por isso perdoem-me a maçada :P)

Tuesday, January 04, 2005

Apenas Música...

Bem estou a ver que aqui o "Heimdal" não tem parado de fazer novos posts para este blog que ainda é uma "criança" (BTW: parabéns Guika pelo teu ano a blogar, e já agora também Deadly Sue que também estás lá perto, pelo que consta ;)) Eu tenho estado a tratar mais do que diz respeito ao aspecto visual deste nosso mundo, Midgard.

Mas hoje, finalmente, surgiu-me algo q gostaria de partilhar... Tudo começa quando eu vou à pasta da música aqui no meu querido PC, e, ao ver a pasta com o nome de "Porcupine Tree", resolvo por a tocar os albuns que eu possuo desta banda: "In Absentia" e "Light Bulb Sun". É neste ponto em que eu me situo: estou em frente ao monitor, simplesmente a ouvir algo q alguém compôs, e lembro-me de uma conversa que tive com o Heimdal: "- Bolas será que este pessoal tem a noção de o quanto a música que eles fazem transmite às outras pesoas?"

É incrivél como se é capaz de exprimir uma carga emocional tão grande em meros minutos de instrumentos a produziem sons. A música composta por esta banda (juntamente com uma selecção mais ou menos restrita de algumas outras) é capaz de despertar em mim sentimentos que na vida quotidiana jamais os sentira, algo de completamente novo e reconfortante. Muitas pessoas ouvem música simplesmente por ouvir, tabém o faço como é óbvio, momentos em que ponho música a tocar simplesmente para dar ambiente, fazer companhia, sem ter de prestar muita atenção ao que oiço. No entanto aquele bocado do meu tempo livre que dedico a ouvir um álbum com mais atenção é que me faz gostar tanto disto. Para quem nunca fez isto, ou para quem o fez poucas vezes aconselho o seguinte:

1º passo: chegar perto da aparelhagem/PC e escolher um CD de que gostem;
2º passo: ligar aqueles auscutadores grandes que estão guardados na gaveta, aqueles que nos fazer adquirir um aspecto meio alienigena, esses mesmos... coloquem-nos nos ouvidos;
3º passo: carregar/clicar no play e acomodarem-se no local confortavél;
4º passo: (opcional) terem as letras das músicas ao pé, algumas vezes pode ser vantajoso não as ter, uma vez que se calhar desviam um bocado a nossa atenção da música em si, mas é sempre bom ter-se um conhecimento delas...
5ºpasso: relaxar e tentar tomar atenção até ao mais pequeno pormenor da música.

Espero que gostem deste bocado, se não gostarem há umas quantas hipóteses para a razão de ter falhado... 1ª - terem escolhido um CD que não gostassem; 2ª- Caso gostem do CD e tenham apanhado "uma seca", pode ser que o álbum não tivesse este objectivo, mas apenas sim o tal efeito ambiental; 3ª-Se o CD não tinha um objectivo meramente ambiental, tenham apanhado à mesma "uma seca", e gostavam do dito CD, então é porque se calhar não existem assim razões tão fortes para o apreço que têm a essa cena redonda :P; 4ª e última hipótese, acharem que eu sou estúpido em tar para aqui a pregar estas coisas e aí o melhor mesmo é não darem muita atenção ao que eu digo :P.

Bem já me prolonguei demasiado se calhar, comentem ;), fica para uma outra vez falar da tal selecção de bandas, dos estilos etc... fica apenas a referência então aos Porcupine Tree q são uma banda britânica de Rock progressivo com excelentes reefs acústicos, letras geniais... é pá... oiçam porque não dá para estar aqui a referir todos elementos da música tão preenchida que eles fazem... fiquem bem e voltem sempre :)

Sunday, January 02, 2005

Em Midgard?

De acordo com a mitologia nórdica existia uma árvore "Yggdrasill", "o freixo do mundo", que era o pilar do universo, "axis mundi" . Nas suas raízes situava-se o mundo subterrâneo habitado por povos hostis, nos ramos superiores fica "Asgard", o dominio dos deuses, e entre os dois, em torno do tronco, situava-se "Midgard", o mundo material dos humanos. É este último, o que habitamos, que nos diz respeito e é alvo das nossas atenções.